Lucas, aproveitando este seu post e a matéria/texto "Igual mais diferente"(Igor Ribeiro&Fabricio Teixeira)sobre as conexões entre blogs, jornalismo e ética, gostaria de saber sua opinião sobre a questão da publicidade nos blogs. Como blogueiro e "quase jornalista" sua opinião é importante, por isso postarei algumas perguntas, numa espécie de entrevista experimental. 1)Se jornalista é conhecido por ser um "sem grana" imagine o estudante de jornalismo. Desse ponto de vista, qual sua opinião sobre a publicidade em blogs? 2)Você não acha que ética é uma coisa só, independente da profissão, diploma, ou plataforma utilizada (no caso específico de jornalistas)? 3)Se a imprensa chamada tradicional atravessa uma fase de mudanças profundas (especialmente econômicas)em função da web, e por isso mesmo tem, cada vez mais, tentado se aproximar e apropriar das suas ferramentas, como as redes sociais em geral,qual seria a diferença entre a publicidade em um blog e numa matéria assinada em um caderno específico de um jornal on-line? Se você ganhasse um produto qualquer de uma empresa, e visse nele utilidade e qualidade, continuaria usando ou devolveria em nome de um comportamento ético?
Otávio, aí vão minhas respostas. Espero ter contribuído, abraço.
1 –
Sempre pensei no Blog não como um espaço para fazer dinheiro, mas fazer primeiro o que gosto, que é escrever sobre música, arte.
Porém, é difícil manter um Blog sem a publicidade, ou alguém que financie seu trabalho. Porque chega uma hora que você precisa expandir, precisa de um layout moderno, novas ferramentas, acesso à cultura, que implica em investimento financeiro.
Acho que os blogueiros devem correr atrás de patrocínio por conta própria. No começo é difícil, pois tudo depende dos acessos na sua página. Sabemos o quanto é complicado atrair um público rapidamente. Hoje em dia há uma concorrência enorme. O negócio é fazer diferente, usar a criatividade. A publicidade vem como conseqüência de seu trabalho.
Gosto da idéia de links ao lado da página, banners que possibilitam uma propaganda que fica fora do texto produzido no Blog. Agora, quando se trata de divulgar certos produtos, ou marca no Blog, acho que isso tem que ficar claro para o leitor. Colocar no texto que o Blog tem patrocínio de empresa X ou Y é essencial.
Mas a idéia de um Blog independente também é válida. E bem agradável, quando se tem condições, mesmo que pequenas, para escrever sobre o que gosta. Porque, enfim, você pode escrever muito sem sair de casa, quando se trata de sua opinião, algumas vezes. E hoje há programas culturais de acesso livre e há downloads gratuitos, o que facilita na produção do material para o Blog, no meu caso.
2 –
Sim, acredito na ética do marceneiro, como falava Cláudio Abramo. Acho fundamental discutir as atitudes éticas dentro da Web. Porque vão surgindo com o passar do tempo situações novas onde vemos jornalistas e blogueiros cometendo as mesmas falhas éticas.
3-
Acredito que a linguagem do Blog permite uma aproximação maior para com o leitor. Um jornal on-line parece ainda carregar o peso de uma formalidade, de uma tradicionalidade, que, por sua vez, com o tempo, possa se perder, quem sabe, se tornando mais próximo dos Blogs. Muitos jornalistas buscam a ferramenta do Blog justamente por isso, pela linguagem, proximidade com o público e a facilidade de escrever também. Pois o Blog parece nada mais do que um caderninho do jornalista, onde vão surgindo idéias, pautas, talvez, pontos que permitem esse tipo de linguagem, menos formalidade. Conheço Blogs que sorteiam camisas para a pessoa que escrever a melhjor frase para um tema, o que é uma fomar de publicidade interessante. Hoje os grandes jornais já tentam isso, mas o Blog exige bem menos do que certas promoções de jornais on-line. Exige apenas um email, um click. Acho assim que o Blog chega mais fácil ao leitor. A publicidade também funciona melhor por se tratar de Blogs que geralmente trazem temas específicos em seus textos. Logo a publicidade vai atrás de seu público seleto.
4 –
Depende de tudo, do produto, da empresa, da proposta, enfim. Posso pegar o caso dos críticos de música, que geralmente recebiam discos dos artistas para divulgarem ou fazerem resenhas nas suas colunas, Blogs, etc. É uma prática que prefiro não fazer, pois hoje temos meios de escutar as música sem necessariamente ter o disco. É possível até ver o encarte, sem tê-lo. A Internet propicia isso, o que é muito vantajoso. As gravadoras hoje podem mandar qualquer material por email e fica a cargo do jornalista divulgar ou não. Prefiro assim, como fizeram no último disco do Caetano Veloso: o jornalista recebia uma senha de acesso à uma página para escutar o disco antes mesmo que este estivesse na loja.
Objetos de grande valor não dá para aceitar, por exemplo. E nesse “grande valor” posso medir até R$100. Se o produto é bom e tem qualidade, por que não falar bem do produto? Agora, deve ficar claro, que o jornalista tenha a liberdade de escrever o que bem entender sobre determinada pauta. É preciso aí certa imposição e ética, como falei acima.
Lucas, aproveitando este seu post e a matéria/texto "Igual mais diferente"(Igor Ribeiro&Fabricio Teixeira)sobre as conexões entre blogs, jornalismo e ética, gostaria de saber sua opinião sobre a questão da publicidade nos blogs.
ResponderExcluirComo blogueiro e "quase jornalista" sua opinião é importante, por isso postarei algumas perguntas, numa espécie de entrevista experimental.
1)Se jornalista é conhecido por ser um "sem grana" imagine o estudante de jornalismo. Desse ponto de vista, qual sua opinião sobre a publicidade em blogs?
2)Você não acha que ética é uma coisa só, independente da profissão, diploma, ou plataforma utilizada (no caso específico de jornalistas)?
3)Se a imprensa chamada tradicional atravessa uma fase de mudanças profundas (especialmente econômicas)em função da web, e por isso mesmo tem, cada vez mais, tentado se aproximar e apropriar das suas ferramentas, como as redes sociais em geral,qual seria a diferença entre a publicidade em um blog e numa matéria assinada em um caderno específico de um jornal on-line?
Se você ganhasse um produto qualquer de uma empresa, e visse nele utilidade e qualidade, continuaria usando ou devolveria em nome de um comportamento ético?
Otávio, aí vão minhas respostas. Espero ter contribuído, abraço.
ResponderExcluir1 –
Sempre pensei no Blog não como um espaço para fazer dinheiro, mas fazer primeiro o que gosto, que é escrever sobre música, arte.
Porém, é difícil manter um Blog sem a publicidade, ou alguém que financie seu trabalho. Porque chega uma hora que você precisa expandir, precisa de um layout moderno, novas ferramentas, acesso à cultura, que implica em investimento financeiro.
Acho que os blogueiros devem correr atrás de patrocínio por conta própria. No começo é difícil, pois tudo depende dos acessos na sua página. Sabemos o quanto é complicado atrair um público rapidamente. Hoje em dia há uma concorrência enorme. O negócio é fazer diferente, usar a criatividade. A publicidade vem como conseqüência de seu trabalho.
Gosto da idéia de links ao lado da página, banners que possibilitam uma propaganda que fica fora do texto produzido no Blog. Agora, quando se trata de divulgar certos produtos, ou marca no Blog, acho que isso tem que ficar claro para o leitor. Colocar no texto que o Blog tem patrocínio de empresa X ou Y é essencial.
Mas a idéia de um Blog independente também é válida. E bem agradável, quando se tem condições, mesmo que pequenas, para escrever sobre o que gosta. Porque, enfim, você pode escrever muito sem sair de casa, quando se trata de sua opinião, algumas vezes. E hoje há programas culturais de acesso livre e há downloads gratuitos, o que facilita na produção do material para o Blog, no meu caso.
2 –
Sim, acredito na ética do marceneiro, como falava Cláudio Abramo. Acho fundamental discutir as atitudes éticas dentro da Web. Porque vão surgindo com o passar do tempo situações novas onde vemos jornalistas e blogueiros cometendo as mesmas falhas éticas.
3-
Acredito que a linguagem do Blog permite uma aproximação maior para com o leitor. Um jornal on-line parece ainda carregar o peso de uma formalidade, de uma tradicionalidade, que, por sua vez, com o tempo, possa se perder, quem sabe, se tornando mais próximo dos Blogs. Muitos jornalistas buscam a ferramenta do Blog justamente por isso, pela linguagem, proximidade com o público e a facilidade de escrever também. Pois o Blog parece nada mais do que um caderninho do jornalista, onde vão surgindo idéias, pautas, talvez, pontos que permitem esse tipo de linguagem, menos formalidade. Conheço Blogs que sorteiam camisas para a pessoa que escrever a melhjor frase para um tema, o que é uma fomar de publicidade interessante. Hoje os grandes jornais já tentam isso, mas o Blog exige bem menos do que certas promoções de jornais on-line. Exige apenas um email, um click. Acho assim que o Blog chega mais fácil ao leitor. A publicidade também funciona melhor por se tratar de Blogs que geralmente trazem temas específicos em seus textos. Logo a publicidade vai atrás de seu público seleto.
4 –
Depende de tudo, do produto, da empresa, da proposta, enfim. Posso pegar o caso dos críticos de música, que geralmente recebiam discos dos artistas para divulgarem ou fazerem resenhas nas suas colunas, Blogs, etc. É uma prática que prefiro não fazer, pois hoje temos meios de escutar as música sem necessariamente ter o disco. É possível até ver o encarte, sem tê-lo. A Internet propicia isso, o que é muito vantajoso. As gravadoras hoje podem mandar qualquer material por email e fica a cargo do jornalista divulgar ou não. Prefiro assim, como fizeram no último disco do Caetano Veloso: o jornalista recebia uma senha de acesso à uma página para escutar o disco antes mesmo que este estivesse na loja.
Objetos de grande valor não dá para aceitar, por exemplo. E nesse “grande valor” posso medir até R$100. Se o produto é bom e tem qualidade, por que não falar bem do produto?
Agora, deve ficar claro, que o jornalista tenha a liberdade de escrever o que bem entender sobre determinada pauta. É preciso aí certa imposição e ética, como falei acima.