sábado, 27 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Breves e Semibreves

Rock em favor de causas humanitárias



Fortaleza receberá o festival "Grito rock América do Sul 2010" neste sábado (27/02), no Hey Ho Rock Bar (Rua José Avelino, 604, Praia de Iracema), às 22h. As bandas presentes serão o The Drunks, Baby! (CE), Dago Red (CE), Voyeur (PE) (foto), Piron Heron (CE) e Roadsider (CE).

O festival conta com centenas de shows acontecendo em 70 cidades do Brasil e na América no Sul. O ingresso custa R$ 8,00 + 1kg de alimento ou donativos a serem doados para as vítimas do Haiti, como roupas, remédios e água.


E por falar em causas humanitárias...



Está se aproximando o show do Coldplay no Brasil. No último dia deste mês (28), o grupo se apresentará na praça da Apoteose, no Rio de Janeiro e dia 2 de março no Morumbi, em São Paulo.

O líder da banda inglesa, Chris Martin (foto) já fez questão de encontrar a imprensa nacional para conversar sobre a Fundação Made With Love, a qual é embaixador. A Fundação MWL trabalha no Brasil em parceria com a ONG Estrela Nova, em São Paulo. A partir desta parceria, são realizados projetos com jovens voltados para a educação e emprego nas favelas da cidade.

No site oficial da Made With Love é possível ver as pulseirinhas coloridas que Chris Martin usa, produzidas pela Fundação. As pulseiras podem ser compradas pelo site e são uma forma de ajudar e divulgar a Made With Love.


Gringos no Brasil, NOFX no Ceará



Guns and Roses, Moby, NOFX (foto), Franz Ferdinand... Estas e mais uma série de outras bandas estão desembarcando no país, neste primeiro semestre. Confira a lista:

Fevereiro:

COLDPLAY
dia 28, no Rio de janeiro

Março:

COLDPLAY
dia 2, em São Paulo

NOFX
dia 3 em Porto Alegre
dia 4 em São Paulo
dia 6 em Fortaleza (no Siará Hall)
dia 7 em Curitiba

GUNS’N’ROSES
dia 13 no Rio de Janeiro
dia 14 em São Paulo

FRANZ FERDINAND
dia 19 no Rio de Janeiro
dia 23 em São Paulo

THE GOSSIP
dia 13 em Porto Alegre
dia 17 em Belo Horizonte
dia 19 em São Paulo
dia 20 no Rio de Janeiro

Abril:

SOCIAL DISTORTION
dia 15 em Porto Alegre
dia 16 no Rio de Janeiro
dia 17 em São Paulo
dia 18 em Curitiba

PLACEBO
dia 13 em Porto Alegre
dia 14 em Curitiba
dia 16 em Belo Horizonte
dia 17 em São Paulo

Maio:

MOBY
dia 20 em Porto Alegre
dia 21 em Curitiba
dia 23 em São Paulo
dia 24 no Rio de Janeiro

CAT POWER e MUDHONEY
(Na Virada Cultural Paulista)
dias 22 e 23, a primeira em Jundiaí;
a segunda em Mogi das Cruzes e São José dos Campos

O fim do Cordel do Fogo Encantado

Foto: Divulgação


A banda pernambucana Cordel do Fogo Encantado anunciou o fim de suas atividades hoje por um comunicado em seu site oficial (http://www.cordeldofogoencantado.com.br/). Por motivos pessoais não citados, José Paes de Lira, o Lirinha, líder do Cordel, expressou seus sentimentos aos fãs, em nota, no próprio site: "É com muita dificuldade que redijo essa informação, devido ao imenso amor que eu sinto pelo público e pelos meus companheiros/guerreiros do projeto. (...) Ajudei a desenvolver um dos espetáculos mais originais da cultura pop do país e é com esse sentimento de orgulho que sigo em frente".

Apesar dos shows e gravações inéditas em estúdio não estarem mais previstos, foi anunciado no comunicado o lançamento de disco e DVD, de um show em Recife no último dia 14. Posteriormente, o grupo pretende também lançar material de arquivo selecionado por eles.

O Cordel do Fogo Encantado faz parte das bandas de Pernambuco dos anos 2000 influenciadas pelo movimento Mangue Beat, misturando o regional com diferentes estilos. A banda era reconhecida também pelas seus shows performáticos, nos quais Lirinha recitava poesias e cordeis. O grupo possuia três discos: Cordel do Fogo Encantado (2001), O Palhaço do Circo Sem Futuro (2002) e Transfiguração (2006) e já fez vários show em Fortaleza.

"Loki", Arnaldo Baptista


“Eu quis me libertar” – assim declarou Arnaldo Dias Baptista, quando tentou suicídio em 1982 numa clínica em São Paulo.
Os Mutantes, para Rogério Duprat, aparecem como a banda mais importante do movimento tropicalista.
O fim dos Mutantes e o recomeço.
Kurt Cobain escreve uma carta para Arnaldo em 1993.
Beatles, Rolling Stones? “Eles não têm uma cantora” – diz Arnaldo irônico.
“Cê tá pensando que eu sou loki, bicho?”.
Uma história de amor.
Rita Lee, onde está você? Rita Lee pra quê?


Por Lucas Benedecti

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Mente libertária, visionário, músico, artista, romântico, risonho, irônico, viciado, louco. Louco. Louco? Bom, isso é o que diria a imprensa no final dos anos 70 sobre um dos maiores ícones do rock nacional. Arnaldo Baptista teve uma carreira conturbada, cheia de realizações, decepções e disco voadores. Sorriu, criou, brincou, cantou, chorou, sobrevive e nos conta estórias. Loki – documentário de Paulo Henrique Fontenelle – vem a resgatar o que há de mais intrigante na vida de Arnaldo e na carreira de uma das bandas de rock mais ousadas do mundo em termos de sonoridade: Os Mutantes.

Impossível nunca ter ouvido falar dos antigos festivais da Record que passavam na TV ou mesmo tê-los visto. Ali nascia grande parte da música nacional. Ali se criava identidade. Ali nascia o movimento tropicalista quando Gil e Caetano decidiram colocar bandas de rock para lhes acompanhar. Os Mutantes tocaram com a orquestra de Rogério Duprat e Gil, na canção “Domingo no Parque”, em 1967. A partir de então, o experimentalismo e a reviravolta na música estava feita. Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias quebravam paradigmas, subiam alto ao misturar tantos estilos numa só música, ganhavam espaço na mídia e transformavam de vez o rock nacional. A diferença estava tanto na música, como nas roupas, nas letras e no comportamento dos três jovens. Nas imagens, Arnaldo Baptista, com seu contrabaixo, sempre sorrindo, tomava frente da banda. A instrumentação, a base das músicas, as letras, o próprio jeito mutantes de ser, vinha da frutífera parceria de Rita e Arnaldo.


O Filme

O filme-documentário do Canal Brasil consta com muitas imagens de arquivo: são apresentações fora do país, festivais nacionais e fotos, além de uma ótima trilha embalada por Mutantes e músicas da carreira solo de Arnaldo. Tom Zé, Gilberto Gil, Sérgio Dias, Lobão, Devendra Banhart, Liminha, Dinho Leme e o próprio Arnaldo são alguns dos entrevistados que fazem a história renascer diante dos nossos olhos. Torna-se um documentário rico e valioso, tanto pelo registro histórico, como também pela falta de coisas parecidas e tão bem contadas.

Linearmente seguimos a vida de Arnaldo Baptista. Seu nascimento em 6 de julho de 1948 em São Paulo, seu primeiro contrabaixo elétrico, suas primeiras bandas de rock e sua paixão pela música. Desde cedo, também estudou piano, influenciado por sua mãe, pianista. Um rapaz de poucas palavras, tímido, mas que adorava tocar com seu irmão guitarrista Sérgio Dias. A criatividade e o rock’n’roll: duas palavras que o definiriam bem. Até chegar na sua mais fervorosa realização, ter uma base, ter uma banda, que literalmente foi sua família. Casou-se com Rita. Nasciam Os Mutantes, cresciam e tocavam no exterior, coisa que pouca banda nacional fizera. Tocavam em rede nacional as mais fervorosas canções lunáticas de amor, um amor verdadeiramente marcado por um romance e união na banda. O colorido dos Mutantes contagiava e Arnaldo sorri para nós nas imagens. Ele precisa disso, precisa estar no palco.

E assim Arnaldo segue sua carreira. Mesmo com o fim de seu casamento com Rita e o fim dos Mutantes. Um período realmente difícil na sua vida. Segue até hoje e é um mistério ainda, apesar de no filme termos elucidações sobre o assunto, o fato do termino do casamento, a briga e o fim do relacionamento de Rita e Arnaldo. Fatores musicais e pessoais se confrontaram. E foi triste. Como se tudo que era doce se acabou. Desentendimentos sempre há, mas aquilo era o fim, o começo do fim dos Mutantes, que ainda tentavam continuar sem Rita. Mas pouco se produziu.

Da parte de Rita, nada se ouve, nada se diz. Ela recusou-se a participar do filme e também da ultima formação dos Mutantes em 2006, quando Arnaldo e Sérgio voltaram a se reunir. No documentário, os depoimentos são emocionados, quando se trata do fim, Liminha conta que foi correndo chorar quando eles o anunciaram.


O Mutante

O psicodélico e o progressivo chegavam nas veias de Arnaldo nos anos 70. Mudou e sofreu com a separação. Chegou de vez então com sua música cada vez mais experimental. Mas não estava bem, afundou-se nas drogas. E sua criatividade e espontaneidade foram se misturando às denuncias de loucura e dependência. Foi uma fase que lhe afetou e lhe inspirou ao mesmo tempo. Seu grande disco, enquanto seguia carreira solo, “Loki” (1974), resume, de certa forma, todas suas angústias, valores, críticas e a incrível dor de ser. Do ser humano tão sensível, do grande músico que é e o que conseguiu transmitir para todos: que estamos todos a flor da pele, nem tão longe assim da loucura, apenas somos o que acreditamos, há beleza nisso tudo.

Arnaldo passou por tempos internado. Sua tentativa de suicídio, em 1982, quando se atirou da janela de um hospital, é retratada por ele como uma tentativa de liberdade. Ficou em coma por um tempo e só o amor lhe salvou. Lucinha Barbosa, que a princípio era uma fã, deu-lhe a paz. Casaram-se e hoje vivem em Juiz de Fora, Minas Gerais, num sítio. “Tudo isso foi um recomeço”, diz Arnaldo, alimentado pela esperança do seu novo amor. Além de compor, gravar e fazer turnê com a formação mais recente dos Mutantes, com Zélia Duncan, ele dedica seu tempo a pintar telas, sua mais nova terapia.

As cores, depoimentos, imagens e músicas de Arnaldo estão eternizadas neste longa-metragem. Na verdade, há uma lição de vida. Há a esperança e o reflexo de um ser puro que é Arnaldo. A obra aberta que constrói Paulo Henrique Fontenelle está para todos os corações jovens, esperançosos e felizes, como o de Arnaldo.


Info:

Título original:
Loki - Arnaldo Baptista
Gênero:
Documentário
Tempo:
120min
Site oficial:
http://canalbrasil.globo.com/loki/
Ano:
2009
Direção:
Paulo Henrique Fontenelle

Trailer:

Intro

O "Pare para ouvir" é um blog dedicado à musica de todos os cantos, de todos os espíritos. Estará em princípio divido em Notícias, Resenhas e Agenda de Shows em Fortaleza. Espero que gostem.

Lucas Benedecti